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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Meninos são os que mais sofrem e praticam bullying

O Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes (IPC-LFG) acaba de consolidar um estudo sobre bullying no mundo, a partir de pesquisa internacional realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essa prática de agressão física ou verbal está presente em diversos países, com maiores índices na Turquia e Grécia e menores na Espanha e Suécia.

Para o criador do IPC-LFG, o jurista Luiz Flávio Gomes, o mesmo estudo analisou o cenário dessa prática no Brasil. "Partimos, para isso, de pesquisa feita pela ONG Plan, em parceria com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS) e a Fundação Instituto de Administração (FIA), no ano de 2009, em escolas públicas e particulares com alunos de 11 a 15 anos", afirma. "Um em cada dez é vítima de bullying, e a maioria está concentrada nas quinta e sexta séries."
 
 


De acordo com os dados consolidados pelo IPC-LFG, 12,1% das vítimas de bullying são meninos e 9,8%, meninas. Eles também são os que mais agridem, e, diferentemente das vítimas, estão distribuídos de forma semelhante entre as quinta, sexta, sétima e oitava séries. As agressões normalmente ocorrem em lugares supervisionados por funcionários das escolas, como a sala de aula sem o professor presente (12,8%), com ele ali no local (8,7%) e no horário de recreio (7,9%). E as respostas mais comuns das escolas nesses casos são chamar os pais dos agressores (42,2%) ou aplicar punição (20,6%). E 12,5% responderam que não sabem o que fazer diante de uma situação como essa.

Segundo os dados dessa pesquisa, o Brasil está dentro da média mundial de bullying, já que 10% dos entrevistados afirmaram que foram vítimas de agressões mais de três vezes no ano de 2009. A região mais afetada pela prática é a Sudeste, com 15,5% de casos, e com menor índice o Nordeste, com 5,4% registros. Centro-Oeste é a segunda região com maior índice de bullying, 11,7%, seguida do Sul, com 8,4%, e Norte, 6,2%.

A maior forma de bullying retratada pelos entrevistados foi o xingamento pelos colegas (9,8%), seguido de apelidos mordazes (5,7%), ameaças (4,8%), insinuações maldosas ao aluno ou familiar (4,7%) e insultos sobre características físicas (4,5%). Dos alunos que se identificaram como agressores, 9,2% disseram que só maltrataram outro estudante por se sentirem ameaçados, 8,1% por brincadeira e 7% não souberam responder o motivo da agressão. Ao serem questionadas sobre as consequências dessa prática, 8,5% das vítimas afirmaram terem perdido o entusiasmo, 8% a concentração e 4,6% passaram a ir à escola com medo.


Não bastasse o bullying físico, o cyberbullying também é grande dentre os jovens; o Sudeste brasileiro é a região com maior incidência de vítimas e as principais denúncias são, respectivamente, de xingamento, apelidos mordazes e insinuações maldosas ao aluno ou familiar


Cyberbullying

O mesmo estudo abordou outra modalidade de bullying, o cyberbulling, que ocorre em ambiente virtual, como as salas de bate-papo, as redes sociais, blogs e até mesmo por meio da troca de e-mails. A pesquisa realizada pela ONG Plan descobriu que 17% dos entrevistados sofreram ao menos uma vez no ano de 2009 alguma forma de agressão virtual, sendo que a maioria das vítimas novamente está na região Sudeste.

As maiores agressões virtuais ocorreram por meio de e-mail, com 6,4% dos casos, ou sites de relacionamentos, com 5,8%. Apenas 3,6% dos entrevistados responderam que os agressores furtaram a senha do e-mail a fim de invadi-lo. A duração dos eventos varia de uma semana em 11,9% dos casos, várias semanas, 2,9%, e o ano todo, 1,2%.

Penas

Para o jurista Luiz Flávio Gomes, a prática de bullying é uma soma de vários crimes – ameaça, injúria, lesão. "Dessa forma, não há como aplicar uma única pena para o bullying", lembra. "O certo é aplicar várias penas para manifestações de bullying, vez que há um tipo penal correspondente para cada uma delas."

De acordo com o Código Penal, crimes de injúria são punidos com detenção de um a seis meses ou multa; difamação, de três meses a um ano e multa; injúria racial, de um a três anos e multa; ameaça, um a seis meses ou multa; constrangimento ilegal, três meses a um ano de detenção ou multa. Os crimes de lesão corporal têm penas que podem variar entre três meses a 12 anos de detenção, dependendo da gravidade.
 
 

 
Embora haja tal equivalência, Luiz Flávio Gomes entende que o bullying não deve ser combatido na esfera criminal, mas, sim, com medidas preventivas. Hoje, 14 estados americanos, incluindo New York e New Jersey, têm parcerias com o Olweus Bullying Prevention Program Overview (OBPP), um programa pioneiro de prevenção desenvolvido na Noruega, já utilizado em mais de 6 mil escolas nos Estados Unidos. Sua aplicação – em escolas, salas de aula, junto aos pais e à comunidade e também por meio de intervenção individual – reduziu em 44% as manifestações de bullying nas escolas que utilizaram o programa no seu formato original, sem qualquer alteração no modelo proposto.  


Fonte: 
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-34--36-20110714&tit=meninos+s%E3o+os+que+mais+sofrem+e+praticam+bullying



 


 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Empresas fazem campanha contra bullying

Facebook, Time Warner, revistas e outros canais de TV incentivam e facilitam meios de denunciar práticas de assédio


SÃO FRANCISCO – O Facebook e a Time Warner estão se unindo contra um problema que atormenta milhões de crianças e adolescentes. A parceria anunciada nesta terça-feira, 12, convoca Facebook e Time Warner para usar o poder de influência de cada uma para aumentar a conscientização sobre bullying e encorajar mais pessoas a denunciar abusos quando se depararem com um.

 • Siga o ‘Link’ no Twitter e no Facebook

A participação do Facebook se justifica em função do reconhecimento da rede social, que já possui mais de 750 milhões de pessoas, como uma oportunidade para assédio, ao mesmo tempo que para amizades. “Acreditamos que, trabalhando juntos com os pais e professores, podemos ensinar os jovens a falar e parar com atos de bullying”, disse Sheryl Sandberg, diretor de operações do Facebook.

A campanha anti-bullying será promovida via internet, TV, rádio e várias revistas nos Estados Unidos. Ela está sendo lançada como “Stop Bullying: Speak Up” (algo como “Pare o Bullying: manifeste-se”), um tema que o Cartoon Network (da Time Warner) anuncia há um ano.

Agora, a mensagem está sendo estendida para o canal CNN e para três revistas – People, Time e Sports Illustrated.

Assim que a maioria das crianças retornarem às escolas após as férias, o Facebook planeja soltar na rede um novo aplicativo que deve transmitir vídeos de usuários se comprometendo a parar com atos de bullying. A rede social já possui um recurso que facilita a ação de denúncia do bullying online.

A Casa Branca estima que 13 milhões de estudantes ou quase 1/3 da população em idade escolar no EUA são alvos de bullying. Em uma pesquisa de 2009 gerenciada pela Associated Press e a MTV, metade das pessoas de 14 a 24 anos disseram já terem sido alvos de “ciberbullying”.

O assédio, que varia de ataques à orientação sexual de uma pessoa a seu estilo de se vestir, pode levar a problemas emocionais, drogas e, em situações extremas, suicídio.

Outros canais endereçados a um público jovem também adotaram posturas anti-bullying. Por exemplo, o canal Nickelodeon (da Viacom), que lançou uma campanha aconselhando seu público (com idades de 2 a 14 anos) sobre formas de se combater textos, e-mail e posts no Facebook que sejam insultuosos.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/link/empresas-fazem-campanha-contra-bullying/

terça-feira, 12 de julho de 2011

Psicóloga propõe cartilha contra bullying para o MEC

 

Material educativo é sugerido por pesquisadora da UFSCar.
Consulta a alunos do 6º e 9º ano demonstrou 95% de aprovação. 

 

A cartilha “Psiu, repara aí!”, sugerida ao Ministério da Educação (MEC) pela doutoranda em psicologia Ana Carina Stelko-Pereira, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pode ser aplicada até o fim do ano a alunos da 6ª à 9ª séries do ensino fundamental, de acordo com ela, durante apresentação feita nesta segunda-feira (11) na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade de Goiás (UFG), em Goiânia.

O material já passou por testes com 70 estudantes (35 de cada período) e 95% aprovaram o conteúdo, que inclui caça-palavras, desenhos e histórias sobre bullying.

“Entre as respostas a um formulário anônimo, os participantes destacaram que o material é importante porque ensina como agir caso eles sejam vítimas de agressão. Outros escreveram que a ideia é mostrar que brigas não levam a nada”, disse Ana Carina.


 Cartilha foi apresentada nesta semana na reunião da SBPC (Foto: Divulgação)


Como parte de sua tese de doutorado “Violência nota zero”, que deve ser defendida no próximo ano, a pesquisadora avaliou 400 alunos de duas escolas estaduais de São Carlos. Ela imaginava que, em resposta a seu questionário de 26 questões, de 10% a 15% responderiam que são vítimas de bullying. Mas o resultado surpreendeu:


70% disseram que sofriam agressão física pelo menos uma vez a cada seis meses e que eram xingados sete vezes ou mais por semana"
Ana Carina Stelko-Pereira, psicóloga


O conflito entre as crianças no ambiente escolar revelado pelo estudo evidenciou um problema ainda maior: a violência doméstica. “Entre as meninas, 14% presenciavam agressões ou eram agredidas em casa, contra 7,5% dos meninos. Em 85% dos casos, as mães eram as responsáveis, contra 60% dos pais”, afirmou Ana Carina.

A probabilidade de um aluno ser alvo ou autor de bullying triplica se houver agressão por parte da mãe e chega a quadruplicar se o responsável for o pai, indicou a pesquisa. Os efeitos a curto prazo podem ser dor de cabeça, dificuldade para dormir, cansaço, falta de ânimo, perda da vontade de ir à escola e uso de drogas.

A longo prazo, segundo a psicóloga, aumentam as chances de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e dificuldades comportamentais. “Um trabalho finlandês analisou recentemente crianças que sofriam bullying aos 8 anos e depois aos 16. Entre os meninos, todos continuaram vítimas e, entre as meninas, um quarto se tornou responsável pela agressão”, destacou Ana Carina.

O mais importante, de acordo com ela, não é buscar culpados, mas parcerias. É preciso trabalhar com a família, educadores, merendeiras, porteiros e todos da escola, amigos, profissionais da saúde (como pediatras) e a comunidade.

A cidade de Porto Alegre é pioneira na justiça restaurativa, que prevê que o autor do bullying faça uma boa ação no mesmo lugar ou para a mesma pessoa contra a qual praticou algo. Muitas vezes, a própria vítima escolhe a “pena”. Em um caso recente no Mato Grosso do Sul, um menino que extorquiu dinheiro de um colega foi “condenado” a lavar a louça da merenda e limpar o pátio do colégio por três meses.

“Esse recurso ainda é pouco aplicado no Brasil. O problema é acabar explorando as crianças e deixar de contratar funcionários para esses serviços”, disse a pesquisadora. Segundo ela, uma lei municipal em Curitiba tem funcionado para prevenir o bullying nas escolas. “Mas sou contra uma lei federal que tramita no Congresso e prevê a reclusão do agressor, como se ele tivesse cometido um crime”, concluiu.

Violência simbólica

Por trás do bullying, geralmente se esconde outro fenômeno maior: a violência na escola. Podem ser xingamentos, roubos, rumores, destruição de material, socos, ameaças, exclusão ou ofensas pela internet (o chamado “cyberbullying”).

Segundo Ana Carina, é mais difícil identificar quando a violência é simbólica, ou seja, não caracterizada por agressão física. Para ser classificada como bullying, de acordo com ela, a ação deve ser feita entre iguais (como colegas de classe ou colégio) e repetida pelo menos quatro ou cinco vezes ao longo de um ano.

Na definição do psicólogo e mestre em educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Josafá Moreira da Cunha, que também participou da SBPC, para haver bullying é preciso que exista uma relação desigual de força, poder hierárquico e repetição ao longo do tempo. “As formas da agressão são discutidas, mas não os motivos. Infelizmente, problemas de ordem estrutural e organizacional tiram tempo da escola para investir na qualidade das relações”, disse.

A doutora em educação pela UFPR Araci Asinelli-Luz concorda: “Em geral, os estudos buscam apenas a frequência dos casos, não a gravidade deles”. A palavra bullying é nova, apontou ela, mas o ‘bully’, aquele indivíduo agressivo, encrenqueiro e provocador, sempre existiu. “É um assunto muito complexo, que não ocorre apenas na escola, envolve muitos fatores e não deve ser lido linearmente”, destacou.


Fonte: Globo

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ciberbullying: saiba o que acontece e como evitar

Agressões, físicas ou psicológicas, são corriqueiras em escolas brasileiras e mundo afora. Recentemente, a assunto entrou na pauta de discussões internacionais. Em 2011, após o atentado de Realengo, no Rio de Janeiro, ele tem sido discutido amplamente no Brasil. Mas só o debate não basta, como lembra o professor -doutor Altemir José Gonçalves Barbosa, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que esteve em Maringá ministrando um curso sobre o tema .

Nos mesmos moldes do ‘bullying tradicional’, o ciberbullying - disseminado com ajuda das tecnologias de informação – ainda não tem receita para ser combatido. O alerta do especialista é para que as escolas parem de negar a existência de casos bullying e que também se sinta responsável por situações de ciberbullying.

Barbosa garante que esse comportamento só pode ser prevenido. Pais e escolas precisam se informar a respeito do bullying e discutir o assunto com crianças e adolescentes.

Para o psicólogo, a família tem um papel fundamental nesse processo. Os pais devem monitorar os filhos e o uso da internet e. Mas a intimidade não pode ser invadida. Por isso, Barbosa indica que os familiares utilizem as mesmas ferramentas para dialogar e se aproximar dos jovens, melhorando o relacionamento familiar. Se um adolescente utiliza muito o Facebook, por exemplo, pai e mãe também podem ingressar na rede social. Se houver qualquer indício de que ele está sofrendo ou cometendo uma agressão, é preciso verificar.

"Faltam pesquisas sobre o bullying tradicional e mais ainda sobre o ciberbullying. Tanto em quantidade como em qualidade"



"O bullying é parte do cotidiano de crianças e adolescentes. É parte da escola. Então, às vezes, a escola e os pais fingem que isso não ocorre"

O Diário - O que é o bullying e como ele se caracteriza?

Altemir José Gonçalves Barbosa - O bullying é uma forma de agressão entre pares. Ele ocorre principalmente no ambiente escolar ou no trajeto para esse ambiente, com estudantes independentemente de faixa etária. Da educação infantil até a universidade. Como características básicas há a repetição. É uma agressão que se repete; a duração, ela não é algo esporádica, é constante; é intencional porque tem certas agressões que não são necessariamente intencionais. No bullying, ela é intencional. Ainda há uma quarta característica fundamental, que é a diferença de poder ou de força entre os envolvidos. Não é só uma questão da força física, é mais a questão de poder. De indivíduos que têm diferentes forças sociais, por exemplo.

O Diário - E qual é a diferença do bullying para o ciberbullying?

Altemir José Gonçalves Barbosa - O ciberbullying é um desdobramento do bullying e tem como característica específica o ambiente virtual. A relação de poder continua existindo, mas não de forma física, não é preciso ser mais forte. O agressor é aquele que domina as novas tecnologias. Principalmente computadores, rede de computadores, telefones móveis. E pela característica do meio, a frequência também é diferente porque uma única agressão pode se tornar perene. Você pode divulgar um vídeo difamando alguma pessoa uma única vez. Talvez aquilo acabe ali e não se configure um ciberbullying. Mas esse vídeo pode ser copiado, pode ser reproduzido, com milhares, milhões de cópias e pode permanecer por tempo indeterminado.

O Diário - Em quais ferramentas o ciberbullying acontece?

Altemir José Gonçalves Barbosa - Ainda não sabemos muito sobre o que acontece entre os estudantes brasileiros. Mas, nos poucos estudos que temos e com observação, verificamos que ele acontece em ferramentas sociais de internet. Espaços como Facebook, Orkut, MSN. Porque nesses espaços há muitas relações pessoais, inclusive em tempo real. As pessoas acessam, interagem em tempo real. Mas ainda não temos certeza de como acontece. Faltam pesquisas sobre o bullyingtradicional e mais ainda sobre o ciberbullying. Tanto em quantidade como em qualidade.

O Diário - Quem é o agressor?

Altemir José Gonçalves Barbosa - O agressor é uma figura, geralmente, pobre em certas características. Principalmente em empatia. Ao contrário do que a gente pensa que é só aquele indivíduo com porte físico forte, em que o indivíduo é mais alto e forte. Porque não há agressão física no ciberbullying, principalmente porque o agressor não é só o mais forte. Ele é um indivíduo que tem pobreza em certas características pessoais. Como a empatia, que é a capacidade de você reconhecer as emoções, o sentimento do outro, reconhecer o quanto as ações que você empreende tem consequências para o outro e de poder fazer esse processo de experienciar o quanto aquilo pode ser agradável ou não para o outro. E aí sim decidir se você vai adotar ou não aquele comportamento. O agressor não consegue resolver problemas interpessoais. Por exemplo, o adolescente que foi abandonado por um namorado, uma namorada, e acaba, muitas vezes por não ter competências sociais, tendo comportamentos agressivos para resolver seus problemas pessoais. Por não ter competências sociais para resolver a frustração, ele acaba usando formas agressivas para tentar resolver este problema social.

O Diário - Quem comete o bullying já foi uma vítima?

Altemir José Gonçalves Barbosa - Não necessariamente. Há, claro, aqueles que são vítimas agressoras. Mas existem aqueles que são só agressores e não foram vitimizados. Existe muita polêmica, principalmente aqui no Brasil, por ser baseado no senso comum, se o indivíduo que é agressor não não foi vitimizado, por exemplo pelos pais. É uma hipótese muito forte, mas ainda há pouco conhecimento e estudos sobre se a pessoa vitimizada pelos pais tem comportamento agressivo na escola. O que a gente sabe é que existe uma probabilidade grande sim. Pais que são extremamente autoritários, negligentes, que fazem uso de força física para lidar com filhos, tendem a gerar filhos agressivos nas relações com os colegas.

O Diário - Como que os pais e a escola podem evitar que ambos aconteçam?

Altemir José Gonçalves Barbosa - Eles precisam estar atentos. Perceber que isto acontece muito mais do que nós, adultos, percebemos. O bullying é parte do cotidiano de crianças e adolescentes. É parte da escola. Então, às vezes, a escola e os pais fingem que isto não ocorre. Eles também precisam assumir responsabilidades perante isso. É responsabilidade da escola e dos pais evitar que isso ocorra. Quem não tem muito conhecimento a respeito do bullying pode buscar ajuda de outros profissionais que têm esse conhecimento. E seja qual a forma adotada para prevenir ou solucionar esse problema, ela precisa se basear em um diálogo com as crianças e adolescentes. A punição não resolve. Ela também é uma forma de agressão. É evidente que não existem estratégias específicas, mas se o meu filho é agressor, ou se na minha escola há um agressor, então é interessante desenvolver neste ambiente habilidades sociais, interpessoais e envolver alunos no processo de prevenção e controle.

O Diário - Como pais e educadores podem perceber que seu filho ou aluno está sendo vítima de ciberbullying?

Altemir José Gonçalves Barbosa - Eles podem observar mudanças significativas no comportamento. As vítimas começam a apresentar estados de tristeza. Podem deixar de se alimentar. dores de cabeça. Isso é o começo. Se os pais não tiverem atentos, pode-se chegar a mudanças mais críticas de comportamento, como a depressão. Outro indicador muito importante é se recusar a ir para a escola, apresentar problema de desempenho, indisciplina: aquele aluno que gostava de ir para escola e de repente começa a criar problemas na escola.

O Diário - As escolas estão preparadas para combater o bullying e o ciberbullying?

Altemir José Gonçalves Barbosa - Não. As escolas, tanto públicas como privadas, não estão preparadas para lidar com esse problema. Principalmente no caso do ciberbullying, que não se dá diretamente no ambiente escolar. No caso do bullying tradicional, a escola não pode negar que ele acontece e percebe isto como sendo uma responsabilidade dela. Mas quanto ao ciberbullying, ela sequer acha que é sua responsabilidade dela. Mas não é culpa dos educadores. É um fenômeno que está sendo discutido só agora no Brasil.

O Diário - Os pais devem vigiar os filhos quando eles estão utilizando computadores e celulares?

Altemir José Gonçalves Barbosa - Mais do que vigiar. É importante monitorar. Não com o intuito de descobrir o que o filho está fazendo. Monitorar no sentido de estabelecer diálogo com os filhos. O diálogo e uma relação parental são fundamentais, não só para para prevenir esse problema, mas para outros problemas que podem ocorrer nessa faixa etária, como uso de drogas e referente à sexualidade. Então, vigiar e fiscalizar não são muito bons, mas monitorar sim. Diálogo, respeito mútuo, pais atentos. Não podemos ser negligentes nesse sentido. Estar atento a isso é muito importante, ainda que o universo dos filhos não seja completamente acessível aos pais. A privacidade tem que ser respeitada. Ajuda na forma autêntica, sem punição. Assim, os próprios filhos vão recorrer aos pais em momentos de dificuldade. O pai e a mãe precisam ser vistos como parceiros


Fonte: http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/444332/ciberbullying-saiba-o-que-acontece-e-como-evitar/

sábado, 9 de julho de 2011

Não tem nada a ver com #Bullying, mas tem tudo a ver com SOLIDARIEDADE!!!!!!!!


Este Post não fala nada sobre bullying, nada!! 
Mas se não vivemos para servir, creio firmemente que não somos dignos de viver!!


O Blog abaixo é de 1 menininho de 5 anos com sonhos, aspirações e lutas..
Que lindinho, ele quer ser bombeiro quando crescer!! Mas, no momento, precisa de um doador de medula óssea compatível, pois tem leucemia.


E então, vamos ajudar? A causa é, pra lá de, nobre!!


Já deixo um muito obrigada pois tenho certeza que todos os amigos ajudarão a adivulgar *-*

Um beijo e fiquem com Deus!!
Ellen Bianconi

Para saberem mais, acessem:
http://joaobombeirinho.blogspot.com/p/seja-um-doador.html




Como se tornar um doador de medula!


Você precisa ter entre 18 e 54 anos e estar em bom estado de saúde;

  Ir até um hemocentro ou hemonúcleo autorizado e CADASTRAR-SE!

O CADASTRO consiste no preenchimento de uma ficha de  identificação e
na COLETA de um simples exame de sangue para o teste de compatibilidade (tipagem
HLA);

  Seus dados e sua tipagem HLA serão cadastrados no Registro Nacional de Doadores
Voluntários de Medula Óssea (REDOME);

Quando aparecer um paciente com a medula compatível com a sua, você será
chamado;

  Novos testes sanguíneos serão necessários para a confirmação da compatibilidade;

Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir a doação;

  Seu atual estado de saúde será então avaliado.

A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, tem duração de 2
horas aproximadamente, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por
um mínimo de 24 horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos
posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador
de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.
Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a
moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.
Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira
semana.

Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.

Para saber onde se cadastrar como doador de medula óssea em outras localidades ligue para o Disque Saúde - Telefone: 0800- 611997 REDOME

Lista de Hemocentros:

REGIÃO NORTE

Amazonas
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Amazonas - HEMOAM
Av. Constantino Nery , 4397 - Chapada - Manaus-AM
CEP: 69.055-002
Telefone: (92) 3655-0100     

Pará
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará - HEMOPA
Trav. Padre Eutiquio, nº 2109 - Batista Campos - Belém-PA
CEP: 66.033-000
Telefone: (91) 3242-9100  / 6905

Acre
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Acre - HEMOACRE
Av. Getúlio Vargas, nº 2787 - Vila Ivonete - Rio Branco-AC
CEP: 69.914-500
Telefone: (68) 3228-1494     

Amapá
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Amapá - HEMOAP
Av. Raimundo Alvares da Costa, s/nº - Centro - Macapá-AP
CEP: 68.908-170
Telefone: (96) 3212-6139 / 3223-6289

Rondônia
Centro de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia - HEMERON
Av. Circular II, s/nº - Setor Industrial - Porto Velho-RO
CEP: 78.900-970
Telefone: (69) 3216-5489

Tocantins
Centro de Hemoterapia e Hematologia de Tocantins – HEMOTO
Quadra 301 Norte - Conj. 02 Lt.1 - Palmas-TO
CEP: 77.030-010
Telefone: (63) 3218-3285     

Roraima
Hemocentro de Roraima-HEMORAIMA
Av. Brigadeiro Eduardo Gomes,3418.
Fone: (95) 21210863     

REGIÃO NORDESTE

Bahia
Centro de Hematologia e Hemoterapia da Bahia - HEMOBA
Av. Vasco da Gama, s/nº Rio Vermelho - Salvador- BA
CEP: 40.240-090
Telefone: (71) 3116-5600 / 3116-5661

Alagoas
-Centro de Hematologia e Hemoterapia de Alagoas - HEMOAL
Av. Jorge de Lima, nº 58 - Trapiche da Barra - Maceió - AL
CEP: 57.010-382
Telefone: (82) 3315-2106 / 3315-2102

Sergipe
Centro de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe - HEMOSE
Av. Trancredo Neves, s/nº - Centro Adm. Gov. Augusto Franco - Aracaju - SE
CEP: 49.080-470
Telefone: (79) 3259-3191     

Paraíba
Centro de Hematologia e Hemoterapia da Paraíba - HEMOÍBA
Av. D. Pedro II, 1119 - Torre - João Pessoa/PB
CEP: 58.013-420
Telefone: (83) 3218-7610     

Maranhão
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão - HEMOMAR
Rua 5 de Janeiro, s/nº - Jordoa - São Luis/MA
CEP: 65.040-450
Telefone:(98) 3216-1100 / 0800-280-6565     

Rio Grande do Norte
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Rio Grande do Norte - HEMONORTE
Av. Almirante Alexandrino de Alencar, 1800 - Tirol - Natal/RN
CEP: 59.015-350
Telefone: (84) 3232-6702 / 3232-6767
Fax: (84) 3232-6703

Piauí
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí - HEMOPI
Rua 1º de maio, 235 - Centro - Teresina/PI
CEP: 64.001-430
Telefone: (86) 3221-4927  / 3221- 4989

Pernambuco
Fundação de Hematologia e Hemoterapia de PE - HEMOPE
Rua Joaquim Nabuco, 171 – Graças – Recife/PE
CEP: 52.011-900
Telefone:  (81) 3182-4600     

Ceará
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará - HEMOCE
Av. José Bastos, 3.390 – Rodolfo Teófilo - Fortaleza/CE
CEP: 60.440-261
Telefone:   (85) 3101-2296     

REGIÃO SUDESTE

Rio de Janeiro
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti - HEMORIO
Rua Frei Caneca, 8 – Centro – Rio de Janeiro-RJ
CEP: 20.211-030
Telefone:   (21) 2509-1290     

Instituto Nacional de Câncer - INCA
Praça da Cruz Vermelha, 23 – 2º andar – Centro – Rio de Janeiro-RJ
CEP: 20.230-130
Telefone: (21) 2506-6580     

Minas Gerais
Fundação HEMOMINAS
Alameda Ezequiel Dias, 321 – Centro – Belo Horizonte-MG
CEP: 30.130-110
Telefone: (31) 3248-4515  / 3248-4516

Espírito Santo
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo - HEMOES
Av. Marechal Campos,1468 - Maruípe - Vitória-ES

CEP: 29.040-090
Telefone:   (27) 3137-2458  / 3137-2463 / 2438

Hemocentro Regional de São Mateus
Av. Otovarino Duarte Santos, km. 2, s/nº - Parque Washington – São Mateus – ES
CEP.: 29930-000
Telefone: (27) 3773-7226     

São Paulo
Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Rua Marquês de Itu, 579 – Vila Buarque – São Paulo-SP
Telefone: (11) 2176-7000       ramal :7249

Hospital Geral de Guarulhos-HGG
Av. dos Lírios, 300
Pq. CECAP - Guarulhos/SP - CEP 07190-012
Posto de Coleta de Sangue - 1º andar
Telefones (11) 3466-1416 /3466-1446

Hemonúcleo de Santos- Hospital Guilherme Álvaro
Rua Doutor Oswaldo Cruz,197.
Santos-SP-CEP: 11045000
Telefone: (13) 3233-4265     

Núcleo de Hemoterapia de Araçatuba
Av. Arthur Ferreira da Costa nº330 Bairro: Aviação Araçatuba/SP
Telefones   (18) 3608-7022  | 3608-7270 ramal 210

Hemocentro Regional de Ribeirão Preto
Rua Tenente Catão Roxo 2501 – Monte Alegre - Ribeirão Preto/SP
CEP: 14.051-140
Telefone:   (11) 3963-9300     

Hemocentro Regional de Marília
Rua Lourival Freire, 240 - Fragata - Marília-SP
CEP: 17.519-050
Telefone: (14) 3402-1868  / 3402-1866

Hemocentro Regional de Campinas
Rua Carlos Chagas, 480 – Hemocentro da Unicamp - Campinas-SP
CEP: 13.083-878
Telefone: (19) 3788-8740     

Núcleo de Hemoterapia de Franca
Endereço: Av. Dr. Hélio Palermo, 4181 - Vila Santa Eugênia - Franca/SP CEP: 14409-045
Telefone: (16) 3727-3666     

Hemonúcleo de Bauru
R. Monsenhor Claro, 888 - Centro- Bauru-SP
Telefone: (14) 3104-3518      .

Hemonúcleo de Barretos
R. Antenor Duarte Villela, 1.331 – Bairro Dr. Paulo Prata - Barretos
Telefone: (17) 3321-6600  – ramal 6941

Hospital PIO XII de São José dos Campos
Rua Paraguassu, 51 - Santana - São José dos Campos - SP
CEP 12212-110
Telefone: (12) 3928-3300     

Hospital Amaral Carvalho-Jaú
Rua das Palmeiras, 87 - Jaú - SP
Telefone:  (14) 3601-1381     

Núcleo de Hemoterapia de Presidente Prudente
End. R. Wenceslau Brás, 05
Bairro: V. Euclides
CEP: 19014-030
Telefone: (18) 3223 3511 |  (18) 3223 4490     

REGIÃO SUL

Rio Grande do Sul
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Rio Grande do Sul - HEMORGS
Av. Bento Gonçalves nº 3.722 - Partenon - Porto Alegre-RS
CEP: 90650-001
Telefone: (51) 3336-6755   / 3336-2843

Santa Catarina
Centro de Hemoterapia e Hematologia de Stª Catarina - HEMOSC
Av. Othon Gama D'eça, 756 Praça D. Pedro I - Centro – Florianópolis – SC
CEP: 88015-240
Telefone:  (48) 3251-9711  / 3251-9712 / 3251-9713

HEMOSC Chapecó
Rua São Leopoldo – Quadra 1309 – Esplanada – Chepacó – SC
CEP: 89.811-000
Telefone:   (49) 3329-0550     

HEMOSC Criciúma
Av. centenário, 1700 – Santa Bárbara – Criciúma – SC
Cep. 88.804-001
Telefone:   (48) 3433-6611     

HEMOSC Joaçaba
Avenida XV de Novembro, 49 – Centro – Joaçaba – SC
Cep. 89.600-000
Telefone:  (49) 3522-2811     

HEMOSC Lages
Rua Felipe Schmidt, 33 – Centro – Lages – SC
Cep. 88501-310
Telefone: (49) 3222-3922     

Posto de Coleta de Tubarão
Rua Rui Barbosa, 339 – anexo a Gerência de Saúde
Telefone:   (48) 3621-2405     

HEMOSC Joinville
Av. Getúlio Vargas, 198 - anexo ao Hospital Municipal São José – Joinville – SC
Cep.: 89.202-000
Telefone:  (47) 3433-1378     

Paraná
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná - HEMEPAR
Travessa João Prosdócimo, 145 – Alto da Quinze - Curitiba-PR
CEP: 80060-220
Telefone:  (41) 3281-4000   / 405

Hemocentro Regional de Maringá (UEM)
Avenida Mandacaru, 1.600 – Maringá-PR
Telefone: 2101-9400

BIOBANCO/CURITIBA-PR
Rua Agostino Leão Jr, 108
Bairro: Alto da Glória – Curitiba - PR
Telefone (41) 3360.1875

Hemocentro Regional de Cascavel
Rua Avaetés, 370 – Santo Onofre – Cascavel – PR
CEP.: 85806-380
Telefone:  (45) 3226-4549     

REGIÃO CENTRO-OESTE

Distrito Federal
Fundação Hemocentro de Brasília
Hospital Base - SMHN Quadra 101 - Bloco A - Mezanino - Brasília – DF
CEP: 70.335-900
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Mato Grosso
HEMOMAT Centro de Hemoterapia e Hematologia de Mato Grosso
Rua 13 de junho, nº 1055 – Centro - Cuiabá – MT
CEP: 78.005-100
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Mato Grosso do Sul
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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Justiça é quem decide quem paga pelo bullying

Bullying: Palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar e humilhar. Utilizada para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos. O verbo poderia ser traduzido simplesmente como bulir, que o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define como fazer caçoada, brincar, zombar.

O termo, até pouco tempo desconhecido foi motivo de clamor popular quando se soube que Wellington de Oliveira, o autor da chacina de 12 crianças numa escola de Realengo, no Rio de Janeiro, era uma suposta vítima de bullying. Depois disso, virou moda, ganhou destaque na mídia, e entrou na pauta da política e da justiça. Como os culpados de bullying são, via de regra, menores de idade, quem afinal deve ser punido nesses casos? As escolas? Os pais dos agressores? Os próprios agressores? O assunto deve ser levado à Justiça ou há outros meios para solucioná-lo? A reportagem tentará trazer à luz alguns aspectos desse tema.

Para começar é bom saber que no Rio Grande do Sul, em alguns municípios paulistas, como Ribeirão Preto, e em Belo Horizonte já estão em vigor leis anti-bullying. Vale destacar que nenhuma dessas leis considera a prática um crime. É justamente o que pretende fazer o Ministério Público de São Paulo que patrocina um anteprojeto de lei para regulamentar e que prevê a criminalização do bullying.

Justiça decide

Na falta de leis mais abrangentes, a Justiça começa a construir seu caminho jurisprudencial. Em fevereiro deste ano a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou, por unanimidade, que uma escola pagasse indenização a uma garota vítima de bullying. Os autores da ação alegam que a partir do início de março de 2003, a menina, com 7 anos na época, foi vítima de sucessivas agressões físicas e verbais de outros colegas de classe, na escola em que estudava.

Consta dos autos que a menina foi espetada com um lápis na cabeça e arrastada, era xingada, levava socos, chutes e gritos no ouvido. Como conseqüência dos maus tratos dos colegas precisou de ajuda médica. O diagnóstico apontou manifestação de fobias; dificuldade para ir à escola; insônia; terror noturno; e sintomas psicossomáticos, como enxaqueca e dores abdominais. Passou a ser tratada com antidepressivos e no fim do ano letivo, mudou de colégio.

Para o relator do recurso no T-RJ, desembargador Ademir Paulo pimentel, a escola onde a menina estudava tinha culpa nos fatos: “Com efeito, o colégio réu tomou algumas medidas na tentativa de contornar a situação, contudo, tais providências foram inócuas para solucionar o problema, tendo em vista que as agressões se perpetuaram pelo ano letivo. Talvez porque o estabelecimento de ensino apelado não atentou para o papel da escola como instrumento de inclusão social, sobretudo no caso de crianças tidas como diferentes”, sustentou em seu voto.

Em Campo Grande, um estudante do 8º ano do ensino fundamental de uma escola pública foi forçado a entregar ao menos R$ 1 mil a um ex-colega de sala da mesma idade por conta de seguidas ameaças de espancamento e até de morte. As ameaças já duravam um ano, até que um policial apreendeu o adolescente pegando R$ 50,00 da vítima num terminal de ônibus da cidade.

A delegada Aline Finnott Lopes, chefe da Delegacia de Atendimento a Infância e Juventude concluiu o inquérito e mandou para Ministério Público Estadual. Lá, o promotor Sérgio Harfouche, da 27ª Vara da Infância e da Adolescência firmou Termo de Ajuste de Conduta pelo qual o adolescente terá de cumprir tarefas na escola, como limpar pátio e lavar louça da merenda escolar, além de participar de curso de orientação contra bullying.

Houve também um caso de cyberbullying. Um adolescente entrou com ação de indenização na Comarca de Carazinho alegando que fotos suas foram copiadas e alteradas, dando origem a um fotolog criado em seu nome e hospedado na página do provedor Terra Networks Brasil S.A.

No endereço foram postadas mensagens levianas e ofensivas. Além disso, foram feitas montagens fotográficas nas quais o autor aparece ora com chifres, ora com o rosto ligado a um corpo de mulher.
Segundo ele, após insistência e denúncias por mais de um mês, o provedor cancelou o fotolog. Na sequência, o autor começou a receber e-mails com conteúdo ofensivo, razão pela qual providenciou registro de ocorrência policial e ingressou com Ação Cautelar para que o provedor fornecesse dados sobre a identidade do proprietário do computador de onde as mensagens foram postadas, chegando ao nome da mãe de um colega de classe.

Os fatos ocorreram enquanto o autor ainda era adolescente e, segundo ele, foram muito prejudiciais, a ponde dele procurar ajuda psicológica para se reerguer. Por essas razões, sustentou que a mãe do criador da página deveria ser responsabilizada, já que as mensagens partiram de seu computador, bem como o provedor, por permitir a divulgação do fotolog. A justiça entendeu e proferiu em sentença que mãe deveria de pagar indenização de R$ 5 mil pelos danos causados ao colega de classe de seu filho.

A defensora pública Tânia Regina de Matos, de Campo Grande (MS), que faz parte do projeto “Defensoria vai à Escola”, afirma: “É importante haver proporcionalidade, ou seja, a punição aplicada tem de ser proporcional ao bullying praticado”. Essa é uma questão delicada, pois gozações e chacotas sempre fizeram parte do universo das escolas e até da natureza humana.

Tânia Regina explica que há todo um trâmite antes que a Defensoria entre com ação contra a escola por danos morais. Primeiro, é recomendado ao aluno vítima de bullying travar diálogo com o agressor. Se não apresentar resultado, a vítima deve procurar a coordenadora e por fim, a diretora da escola. Se todas as instâncias não resolverem, é a vez de a Defensoria, que tentará intimar o autor das agressões. Se ainda assim não resolver, o órgão entrará com ação contra a escola. Para Tânia, seria interessante uma lei tipificando o que é bullying e o que não é.

A tipificação é um dos diferenciais do anteprojeto de lei proposto pelo MP de São Paulo. Segundo Mario Augusto Bruno Neto, promotor de Justiça da Infância e Juventude da Capital, não existem projetos com esse enfoque. O MP quer que o bullying sejam considerado crime, com pena de um a quatro anos de reclusão, além de multa.

Prevê ainda que caso o bullying seja cometido por mais de uma pessoa, por meio eletrônico ou outro tipo de mídia (caso do cyberbullying), a pena será aumentada de um terço até a metade. Para uma lesão grave, é previsto reclusão de cindo a dez anos. Em caso de morte, reclusão de 12 a 30 anos, além de multa prevista para homicídios.
Como o bullying e o cyberbullying são praticados na imensa maioria dos casos por crianças e adolescentes, os promotores vão precisar adaptar a tipificação penal dessas práticas ao que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.

O anteprojeto será submetido, no dia 3 de junho a aprovação na promotoria e depois, encaminhado ao procurador-geral do MP-SP, Fernando Grella, que deverá enviar o texto a um deputado para que o documento seja encaminhado ao Congresso.

Atualmente, a justiça enquadra casos desse tipo como crime de injúria ou lesão corporal. Entende-se como sendo injúria ofensa verbal, ou escrita, agravada por atos de violência ou utilização de elementos que denotem preconceito de cor, raça, etnia e religião. A pena varia de seis meses a três anos ou multa. Já lesão corporal consiste em ofender a integridade corporal ou a saúde. Pena de detenção de três meses a um ano. Se for grave, reclusão, de um a cinco anos.
Para o advogado Mauro César Arjona, professor de Direito Penal e Prática Penal e Processual Penal na PUC-SP, o anteprojeto do MP é ilógico e desnecessário. Diz também que a iniciativa nasceu no clamor da chacina de Realengo. “Não precisamos de lei para isso, a Constituição já possui as ferramentas necessárias para punir esses casos”, argumenta Arjona. O advogado acredita que o assunto deve ser tratado por pedagogos e psicólogos.

Ele concorda que a escola deve ser responsável civilmente e em circunstâncias específicas, talvez o pai, caso demonstrado que ele incita esse tipo de comportamento, já que em 90% dos casos quem pratica bullying é inimputável.

Conjur

Fonte: http://www.msja.com.br/noticias/educacao/justica-e-quem-decide-quem-paga-pelo-bullying

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O OUTRO LADO: Bullying tira professor das salas de aula

Em Rio Preto e cidades vizinhas, 161 profissionais estão afastados ou em outras funções para ‘fugir’ da indisciplina de alunos dentro das salas de aulas 

 

Ademir Terradas  Agência BOM DIA

Não são só os alunos que sofrem com o bullying nas escolas. A indisciplina de estudantes e o desrespeito ao professor são os fatores  responsáveis pela “fuga” de 161 deles das salas de aula da rede estadual na região de Rio Preto.

São profissionais que pediram licença médica, afastamento temporário ou  transferência para funções administrativas nas escolas.

“Muitos não aguentam o estresse e pedem readaptação, ou seja, para trabalhar na biblioteca ou na secretaria de cada unidade de ensino. Em Rio Preto, temos pelo menos um professor readaptado em cada escola estadual”, afirma Reynaldo Gonçales Fernandes, diretor regional do CPP (Centro do Professorado Paulista).

Para o diretor do CPP, os principais causadores do que ele chama de “desmoralização da figura do professor” são o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e o sistema de progressão continuada. 

“O estatuto só dá direitos ao aluno e nenhuma proteção ao professor. No caso da progressão, sabendo que não vai ser reprovado, o aluno simplesmente deixa de se preocupar com a aula e o conteúdo.”

Um levantamento de 2006 da  Apeoesp – o sindicato dos professores  no estado de São Paulo –  indica que depressão, transtorno obsessivo compulsivo e síndrome do pânico são os distúrbios mais comuns provocados pelo estresse em sala de aula. A pesquisa mostra ainda que 92% dos 30 mil professores consultados sentem-se desrespeitados pelos alunos.

Uma professora de 45 anos, que pediu para não ser identificada, falou ao BOM DIA sobre a dificuldade de manter a ordem dentro da sala de aula.

“É um aluno que grita, o outro que enfrenta o professor, enquanto os demais brigam entre si”, conta ela, que depois de 15 anos lecionando matemática para o ensino fundamental, pediu para dar aulas apenas para salas do ensino médio.

“Normalmente são alunos mais maduros e calmos.”

A sensação de incapacidade diante do comportamento dos alunos fez  uma professora de  português, que também prefere manter o anonimato, pedir afastamento por 30 dias.

“Estou tomando tranquilizantes e fazendo tratamento psicológico”, afirma.

Ela dá aulas a alunos do 5º, 6º e 7º ano de uma escola da zona norte de Rio Preto.

“Praticamente todos os professores que  conheço fazem uso de algum tipo de medicamento tranquilizante ou anti-depressivo”, ressalta.
A precariedade da profissão está afastando os jovens do magistério e da rede pública.

É o caso da professora de português e espanhol Aline Vieira de Freitas, 25, que, depois de dois anos de formada,  abandonou a rede estadual para dar aula apenas em escolas particulares.

“Não é um mar de rosas, mas nas escolas particulares, os alunos têm uma noção melhor dos seus direitos e deveres. O respeito pelo professor também é maior”, afirma.
Casos de agressão também estão se tornando comuns. Na semana passada, um aluno do 5º ano deu um soco no braço em uma professora na escola estadual Pio 10, em Rio Preto.


Estado / Procurada pelo BOM DIA, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo não soube informar se existem programas públicos de assistência a professores com distúrbios psicológicos.
Abaixo-assinado apoia inclusão de ‘respeito ao docente’ no Eca
Um abaixo-assinado virtual está sendo organizado por associações de alunos e professores pedindo a aprovação do projeto de lei  da deputada federal Cida Borghetti (PP-PR), que prevê a inclusão do artigo 53 no ECA (Estatuto da Criança  e do Adolescente).

O artigo prevê que “Na condição de estudante, é dever da criança e do adolescente observar os códigos de ética e de conduta da instituição de ensino a que  estiver vinculado, assim como respeitar a autoridade intelectual e moral de seus docentes”.

O projeto prevê ainda que, no caso de descumprimento da lei, a criança ou adolescente se sujeita a suspensão por prazo determinado pela instituição de ensino e, em hipótese de reincidência grave, ao  encaminhamento a autoridade judiciária competente.

O movimento já conta com entusiastas em Rio Preto, como o professor universitário Hunfrey Borges, que dá aula no curso de comunicação da Unilago (União das Faculdades dos Grandes Lagos). “Raramente tenho de me preocupar com indisciplina porque meus alunos são adultos, mas, como professor, me sinto no dever de lutar pela aprovação do projeto”, diz.

O professor recebeu na sexta-feira uma mensagem com o link do abaixo-assinado e, imediatamente, repassou a todos endereços da lista de e-mail e aos contatos dele nas mídias sociais. 
Para participar do abaixo-assinado, basta acessar o site www.peticaopublica.com.br e clicar no link “Abaixo-assinado Projeto de Lei contra Desacato a Docentes”. Até a noite de ontem 2.932 internautas já haviam de declarado a favor da aprovação do projeto.

De acordo com a Apeoesp, o maior entrave para ações a favor dos professores é o medo e a vergonha que a maioria tem de falar sobre o tema.

Um espaço criado no site da entidade no ano passado para que professores relatem casos de abuso por parte dos alunos estava sem nenhum post até a noite deste sábado.

Fonte: http://bit.ly/pYRhyo

 

 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O que é assédio moral?

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.

A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social, foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título "Uma jornada de humilhações".

A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo.
Em agosto do mesmo ano, foi publicado no Brasil o livro de Marie France Hirigoyen "Harcèlement Moral: la violence perverse au quotidien". O livro foi traduzido pela Editora Bertrand Brasil, com o título Assédio moral: a violência perversa no cotidiano.

Atualmente existem mais de 80 projetos de lei em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o Rio de Janeiro, que, desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei.

O que é humilhação?

Conceito: É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.

E o que é assédio moral no trabalho?

 

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.

Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe:
  1. repetição sistemática
  2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
  3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
  4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
  5. degradação deliberada das condições de trabalho
Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos.

O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador: ’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal estar na globalização", onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.

(*) ver texto da OIT sobre o assunto no link: http://www.ilo.org/public/spanish/bureau/inf/pr/2000/37.htm
Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000.  

 

O que a vítima deve fazer?

 

  • Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
  • Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
  • Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
  • Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
  • Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.
  • Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).
  • Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
  • Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania. 
  • Importante:
    Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

    Lembre-se:
    O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

    O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.

    O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.


Fonte: www.assediomoral.org 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Programa de prevenção do Conseg debate Bullying

 
A incidência de conflitos nas escolas da cidade começam a diminuir com palestras educativas

Atualmente esse tipo de agressão é caracterizado por atitudes intencionais e repetitivas ocorridas nas no trabalho, escolas, universidades e em diversos outros lugares. Com formas variadas de expressar, neste comportamento as mais comuns são: zombar, bater, colocar apelidos e discriminar as pessoas em algum estado que aparente inferioridade, tanto mental quanto física. Embora seja um comportamento aparentemente comum, as informações sobre o assunto adentrando o ambiente escolar aos poucos.

Com intuito de tentar solucionar esse problema, o Conseg do município de Sombrio, está indo às escolas da rede municipal, como forma de prevenção a essa situação. De acordo com o presidente do Conseg do município, Luiz Romildo, essa alternativa, se dá em conjunto com a Polícia Civil e Militar, como forma de prevenir a violência em qualquer ambiente. Algumas escolas da região, por si, já solicitam a presença dos profissionais da segurança em seus ambientes. Este é o caso da Escola, do bairro Parque das Avenidas, Nair Alves Brati, que, sentindo necessidade de fortalecer as relações entre polícia militar e comunidade, resolveram solicitar a presença de um policial no local.
 
“Para os alunos as palestras estão surtindo um efeito maravilhoso”
Segundo a pedagoga da escola, Ana Lucia da Silva, com essa ação, espera-se estar colaborando para uma prática de boas ações e uma convivência sem violências. “Adoramos as palestras aqui na escola. Para os alunos está surtindo um efeito maravilhoso”, afirmou.

Para a professora do ensino fundamental, Erobete Coelho, essa foi à única alternativa encontrada para uma boa convivência com os pequenos. Ela conta que a violência está muito presente no ambiente escolar. Conforme a educadora, no mês de maio, chegou ser agredida por um aluno da 4ª série e acabou precisando se afastar da escola por alguns dias, devido a hematomas deixados pela violência. “Ele estava jogando a carteira em um colega, quando vi, corri e me joguei na frente. acabei sendo atingida no braço”, disse ela, mostrando estar usando uma tala. 

Os policiais trabalham com as crianças os motivos que levam ao Bullying. Segundo eles, a carência efetiva, ausência de limites, abusos e maus tratos, geram a explosão emocional. O membro do Conseg de Sombrio, responsável pelas palestras, Cabo Colares, diz que em um pouco mais de um mês de palestras nas escolas, já pode-se notar grande mudança no comportamento das crianças. “Este trabalho desempenhado por nós, é sem dúvida, uma grande arma para combatermos o mal da população, ‘a violência’. Tirando as crianças deste circulo, podemos evitar que futuramente, essas mesmas, se tornem adultos violentos ou infratores”, disse.
 
Por: Fernanda Rosa
 
Fonte:
http://www.jornalamorim.com.br/Geral/396/Programa-de-prevencao-do-Conseg--debate-Bullying-.html


Professora usa xadrez para dar lições de matemática e combater bullying

Alunos mostraram melhora nas notas e no rendimento, diz educadora.
Estudantes voluntários ensinam jogo para outras crianças de Apiaí (SP).
 
 
Uma vez por semana a professora de matemática Janice Corrêa Prestes, da escola estadual Professora Antonia Baptista Calazans Luz, em Apiaí, na região do Alto do Ribeira, no interior de São Paulo, dispensa o giz e a lousa para jogar xadrez com seus alunos. A prática, segundo a professora, ajuda os estudantes a ter mais concentração, a desenvolver suas habilidades cognitivas, a ser mais observadores, mais reflexivos e mais analíticos. Além disso, o jogo dá lições de respeito, ética, incentiva a amizade e a participação em competições. O xadrez também é usado em propostas de aumentar a autoestima do aluno e de combate ao bullying.
“Noventa por cento dos alunos gostam das aulas. Isso numa época de internet, computadores. Eles percebem que o jogo faz diferença na vida deles. A máquina não tem vida. Quando vão jogar, prestam atenção no outro, no olhar, na respiração”, disse Janice. “Quando analisam a jogada, eles têm que fazer uma síntese como nos exercícios.” Segundo ela, cada peça do xadrez tem um significado que pode ser usado para desenvolver a autoestima do estudante.



Desde o início do projeto, em 2002, Janice percebeu melhora no rendimento e nas notas dos estudantes. “A escola teve nota acima da média nos testes do governo”, disse. Outros professores aderiram à ideia. Os estudantes têm aula sobre a origem do xadrez na aula de história e sobre a trajetória do jogo em geografia. Praticam ainda na aula de educação física.
 

Milena Gabriely dos Santos, de 17 anos, faz o terceiro ano do ensino médio. Tem aulas com a professora Janice desde a 5ª série. “O tabuleiro é matemática. O número de casas pode ser representado por uma fração, dar noção de simetria, equivalência, de horizontal, vertical, diagonal. Usei em um trabalho sobre cônicas e polígonos”, disse. A adolescente já decidiu que vai prestar vestibular para medicina. “O xadrez ajuda a lidar com o futuro, a tomar decisões sob pressão, a pensar nas consequências do que fazemos.”
Hoje, cerca de 20 alunos de Janice são voluntários em outras escolas no contraturno das aulas. Ensinam xadrez a outros estudantes. Jogam em casa também, com irmãs, primos, amigos e fazem de tudo para ensinar aos pais.
Emanuele Aparecida Corrêa Camargo e Deiciane Jhenielly de Almeida Cunha, ambas de 15 anos e alunas do segundo ano do ensino médio, fazem parte do grupo de voluntários. “Queria passar algo para alguém. Está sendo bom de ver meus alunos aprendendo”, disse Emanuele. “Fiquei mais próxima da minha família, mais paciente, o jogo me trouxe mais calma”, disse Deiciane.



Combate ao bullying
Com um prêmio em dinheiro que o projeto ganhou, a escola construiu um tabuleiro e peças gigantes para os alunos jogarem no pátio. Os alunos criaram uma gincana com perguntas de matemática e conhecimentos gerais. Quem acerta caminha no tabuleiro gigante.
Há dois meses, os alunos criaram um projeto de combate ao bullying e ao preconceito em que usam o xadrez. Os estudantes usaram as peças do jogo para falar sobre o bullying às pessoas que passavam pela praça da cidade. Alguns consideram que o peão é nada, mas dependendo da jogada, pode ser a peça mais importante. O cavalo tem força, mas não pisa nos adversários”, destaca a professora.
O projeto do uso do xadrez nas escolas, da professora Janice, levou o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) a escrever um projeto de lei que obriga todas as escolas a ensinar xadrez aos estudantes. O texto já passou por comissões da Assembleia Legislativa e está na fila para votação no plenário.


Fonte g1.com.br

Fonte http://www.passenovestibular.com.br/blog/?p=1037



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Projeto sobre Bullying: uma proposta didática






Prezados, estou disponibilizando um Projeto Didático sobre Bullying. Este projeto pedagógico pode ser aplicando em qualquer escola, existindo claro as devidas modificações. Estou postando aqui, para socializar experiências. Tenho uma turma de alunos de pedagogia,  que estão aplicando este projeto em quase 30 escolas, pretendo postar aqui os resultados.

 
Projeto Bullying: diga não as ameaças, tiranias, opressões, intimidações e humilhações.

APRESENTAÇÃO

 

Este projeto será desenvolvido na Escola x .na turma x com cerca de x alunos, tendo como temática central a reflexão sobre o Bullying tanto na escola, como na sociedade em geral. Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

Pretende-se discutir com este projeto as situações ocorridas no ambiente escolar caracterizada como bullying, além disso, este projeto visa  discutir formas de convivência no espaço escolar, valorizando a amizade, os valores humanos e a integração entre os envolvidos no projeto.

 

 

JUSTIFICATIVA

 

 

A prática do Bullying, tornou-se algo comum nos espaços educacionais, provocando cada vez mais atitudes violentas, tantos dos agressores, como das vitimas.

 

Discutir as questões ligadas a prática do bullying com toda a comunidade escolar, é importante, pois, proporciona a reflexão e evita que novos casos de bullying ocorra nas unidades escolares. Este projeto pretende atuar, tonto com os alunos, como pais e responsáveis, buscando medidas educativas que combatam as ações de violência na escola.

 

A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato de ter conseqüências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil

 

 

OBJETIVO GERAL

 

Pesquisar e refletir sobre as causas e conseqüências do bullying, tomando como partida as narrativas de alunos, professores, pais e responsáveis.

Objetivos Específicos

 

  • Discutir com os alunos as principais causas de bullying.
  • Refletir sobre a necessidade de desenvolvermos ações educativas contra o bullying na unidade escolar.
  • Aplicar atividades orais e escritas que estimulem a reflexão sobre as práticas de violência no espaço escolar.
  •  Discutir o respeito as diferenças no espaço escolar.
  • Construir uma proposta de regras de convivência e contra o bullying na unidade escolar.
 
METODOLOGIA

Este projeto será desenvolvido através de leituras, discussão de textos, trabalhos em grupos, proporcionando uma reflexividade sobre as causas e conseqüências do Bullying. Também serão  utilizada as seguintes estratégias metodológicas:


  
CLIENTELA

Alunos, professores e toda a comunidade escolar.

  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying – Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2ª edição. Campinas SP: Veros Editora, 2005.

PEREIRA, Beatriz Oliveira.
Para uma Escola sem violência: estudo e prevenção das práticas agressivas entre crianças. Edição: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.

Sites para Leitura complemetar.
  

Obs: Elabore um cronograma com as datas e as atividades que serão realizadas. Mobilize toda a escola para aplicação deste projeto. Convite os alunos a criarem cartazes outdoor, links, postagens e etc.


Sucesso e não deixe de me enviar um e-mail contando-me como foi apresentação dos filmes e a aplicação do projeto.
 

Fonte:
http://silvanosulzarty.blogspot.com/2011/05/projeto-didatico-sobre-bullying.html